A região de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, tem roteiros de bicicleta
em cenários que parecem saídos de livros históricos de sagas italianas, com
vales de vinhedos, arquitetura camponesa trazida da Europa e caminhos
pedregosos que recortam montanhas de média altitude.
Foi pesquisando sobre o
cicloturismo no Brasil que descobri o projeto da Rede de Hotéis Dall'Onder , que
incentiva os visitantes a conhecer
roteiros culturais pelo interior da Serra Gaúcha DE BICICLETA. “QUE TAL DE BIKE?”. www.dallonder.com.br/quetaldebikecicloturismo O projeto é fruto da parceria entre a
rede hoteleira e a agência de cicloviagens Caminhos do Sertão Cicloturismo (http://www.caminhosdosertao.com.br/).
Todos os roteiros terminam com visitação e degustação dos melhores rótulos
dentre as melhores vinícolas da região.
São quatro opções de roteiros que
podem ser feitos de forma programada, cada um com diferentes graus de extensão
e dificuldades. São eles: VALE DOS
VINHEDOS, CAMINHOS DE PEDRA, ROTA DO SABOR E VALE DO RIO DAS ANTAS. O tempo
de duração varia de 3 h a 8 h, e os percursos são de 10 a 30 km. Há passeios
para diferentes públicos, desde ciclistas iniciantes até experientes. Outro
fator que agrega a qualquer dos percursos é o forte conteúdo histórico e
arquitetônico das moradas, igrejas e dos 60 capitéis presentes na região.
Nós optamos pelas rotas Vale dos Vinhedos , Rota
do Sabor e Caminho das Pedras.
1º dia - Rota dos Vinhedos
A Rota
Vale dos Vinhedos fizemos com a empresa de turismo que nos ofereceu a bicicleta,
capacete, veículo de apoio, seguro de vida, condutores capacitados segundo as
normas da ABETA (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de
Aventura). NOSSOS CONDUTORES FIZERAM A
DIFERENÇA – pessoas incríveis o Luciano Spader Xuxa e Fernando . Logo de
cara percebemos que eram pessoas que acreditavam muito na proposta. O Luciano
Spade Xuxa a gente via que tinha sangue de ciclista, um
apaixonado ( ele tem uma página no facebook Pedalando por aeee ).E tínhamos também um carro de apoio ( nossos motoristas: Ribamar e Ernani Steilmann)- com água,
frutas, sanduíches, material para o atendimento de primeiros socorros.Perfeito!!!!!
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Xuxa e Ernani ... Bahhhhh pessoas que fazem a diferença. |
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Ribamar no carro de apoio |
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Fernando nosso condutor |
Escolhido o roteiro, foi só subir na bike e se encantar com as mais incríveis paisagens da serra gaúcha.
No trecho de 27 quilômetros que corta o Vale dos Vinhedos, fizemos uma pedalada de nível médio que atinge 800 metros de altitude e passamos lugares fantásticos.
Capela Nossa senhora das Neves |
No início do século passado,
quando se iniciou a construção da Capela, uma grande estiagem assolou a região
e a água disponível ficava muito distante do local. Surgiu, então, a ideia de
amassar o barro com vinho, já que a colheita estava próxima e o vinho existente
seria substituído pelo “vinho novo”. O vinho foi adicionado à palha de trigo,
formando a liga empregada para unir os tijolos.
Nessa época não era utilizado
cimento, e sim barro amassado com os pés.
Nosso percurso segue agora com destino a Vinícola Larentis
Fomos atendidos pela Rejane
Larentis que nos disse que família está intimamente ligada ao vinho desde a
chegada do trisavô, Arcanjo Larentis, imigrado da Itália, da região de Trento,
em 1876, estabelecendo-se nesta propriedade aonde se localiza a Vinhos
Larentis. Sempre produziram uvas na região e elaboravam o vinho para consumo
próprio, bem artesanal. Mas só 2001, inauguraram a vinícola em e quem assina os vinhos é o enólogo André
Larentis, de 25 anos. A pouca idade não significa menor experiência: das
viagens conhecendo vinícolas nos Estados Unidos e no Chile, trouxe ao Vale dos
Vinhedos inspirações para incrementar o enoturismo.
Na vindima, a Larentis oferecem a
Colheita Noturna, que começa com degustação orientada de vinhos, seguida de uma
colheita dos cachos à noite e durante a primavera atração são Piqueniques que
podem ser agendados.
O Vale dos Vinhedos, batizado
assim há 30 anos, tem 70 vinícolas, pertencentes a 30 famílias. Fizemos escolhas ( Claro !!!! ),então seguímos para próxima.
Capitél como é chamado na região |
Chegamos a Vinícola Barcarola.
Fomos recebidos em uma belíssima casa, construída em estilo colonial italiano em 1913, atualmente tombada pelo Patrimônio Histórico, pelo proprietário. Durante a degustação ele nos explicou as peculiaridades de cada uma das uvas produzidas na propriedade da família. Ele nos disse que a família Petrolli trouxe da Itália a tradição e mudas de videiras, em 1879. De lá para cá foram aprimorando as técnicas.
Seguimos pedalando e decidimos não
parar na vinícola Miolo.
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Fernando em busca de frutas para nós...bahhh |
Seguimos com destino a Vinícola Pizzato que era novidade para nós, mas antes uma parada para um lanche.
Ribamar no carro de apoio - preparou nosso lanche |
Até chegarmos a casa da família Tasca, onde são produzidos de forma inteiramente artesanal, sucos de uva de excelente qualidade. A família estabeleceu-se neste local por volta de 1874, no início da imigração italiana, e permanece no lote original até hoje. A casa é uma construção típica, com porão de pedra e parte superior feita com tábuas largas. Serviu como residência dos Tasca por muitos anos. Atualmente, ali funciona um museu com peças do mobiliário colonial, ferramentas agrícolas e utensílios domésticos diversos, muita coisa trazida da Itália.
A vista do Mirante da Casa da família Tasca.
Nosso dia estava chegando ao fim. Dali, seguimos para Monte Belo, onde um carro nos esperava para nos levar de volta ao hotel.
Catedral de Monte Belo do Sul
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2º dia - Rota dos sabores
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